27 dezembro 2011

Nada se leva?

Se da vida nada se leva
Então força é algo para não se cultivar
Não vamos ter nada para levantar
Nem precisamos juntar os pedaços

Se da vida nada se leva
Porque fico eu a pensar
Que eu quero conquistas e prêmios
Quando tudo isso vai ficar

Se da vida nada se leva
Eis a inutilidade de pensar
Nem as ideias nem a cabeça
Permanecerão nesse lugar

Se da vida nada se leva
Não faz sentido ficar
E para onde ir é que não me disseram
Nem indicaram quando é hora de parar

21 dezembro 2011

De amor e de botequim se faz a vida

Meu local de filosofia preferido
Os bancos desconfortáveis
As cadeiras que machucam as costas
Mesas bambas

Nem me venha com bares da moda
E cortinas coloridas e lustres modernos
Balcões com bebidas coloridas
E ambiente com ar austero

Para pensar na vida o melhor é o boteco
Com variações de botequim, bar e inferno
Bem sujo ou mais autêntico
O que importa é o que tem dentro

O garçom deve sorrir ao te receber
E sempre trazer uma cerveja gelada para te convencer
Que vale a pena voltar sempre
Sempre que uma dor de cotovelo começar a doer

Ambiente depressivo
Para combinar com a dor de quem perdeu um amor
Um emprego, um simples concerto ou a arte de sonhar

Ambiente de bêbados
Sempre sinceros no seu caminhar
Sempre ligeiros no mandar um "vai se catar"
Sempre prontos a parar e recomeçar...

... a beber! e a filosofar.
Isso é coisa de boteco:
Pensar na vida e em suas artimanhas
Criar verdades absolutas que nunca serão seguidas
Só para melhorar a vida.

19 dezembro 2011

desse blog o que nos resta

Aqui nesse espaço já fiz e refiz as palavras

Serviu como fuga, um dia
Como ilusão, por semanas
De relatos da vida, aos distantes
Perda de tempo em outros tantos desencantos

Mas ei que aqui retorno
Dessa vez, para fechar o ano
Esse 2011 cheio de artimanhas
Que por muitas noites me fez perder o sono