06 janeiro 2012

e aí, os amigos se vão...

Uma reforma íntima. De repente, aqueles com quem você tinha a maior consideração, para quem mandava recados e lembranças, perguntava e se interessava pela vida, deixam de fazer sentido.

Começa aos poucos. Você vai a uma festa e não tem assunto além das frivolidades de praxe. Reconhece que ele gosta mesmo é de falar de suas conquistas materiais, de seus diplomas e cursos, do glamour de sua vida normal. É, aquela vidinha classe média paulistana que a maioria dos meus sabe bem o que é.

Eles gostam também de falar mal das pessoas. Tenho preguiça de gente assim. Que se preocupa mais com o que o alheio faz do que com a qualidade da comida que come.

Enfim. Fiquei triste em verificar que pessoas um dia importantes para mim já não dizem mais nada. E eu não quero mais saber. Não posso evitar que uma vaga ideia de rancor se aposse de mim nesses momentos. "Puxa, dei o meu melhor para fulano e ele não está nem aí para mim".

Acontece. Comigo, contigo, com todo mundo. O lado bom dessa questão é que, assim como amigos antes aclamados tornam-se ecos sem sentido na sua existência, outros chegam e renovam no nosso íntimo os laços de amor e companheirismo que nos fazem tão bem, nos deixam felizes e nos unem a quem temos laços em comum, de acordo com a fase da vida.

Uns ficam eternamente. Mas são poucos. E, por isso, disse o poeta há muito tempo:
"Se nessa vida, quando você morrer, tiver ao seu lado cinco amigos fiéis, você teve uma existência exemplar"

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