27 janeiro 2013

Fiz o que pude, até onde deu

Tentei até onde pude. Me fiz de forte, de sabichona. Nada adiantou. Quando o terremoto veio minha casa desabou igual todas as outras, das mais frágeis as mais robustas. Tudo virou caco, desmoronou. Agora contemplo o caos das coisas destruídas, das manchas erguidas, do sol que não se foi junto com todo o resto que o desastre me levou. Foram embora alguns sonhos, um grande amor, uma parte da família, meus bens materiais. Perdi o que me dava referência e me abria o sorriso, assim como perdi o tino, a toada e as rimas todas. Me perdi de mim. E agora vago sem rumo, procurando novas roupas que me sirvam e a energia que me falta para construir de novo o que o vento levou. Paulinha

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